911 Speedster: 1.948 razões para amar esse Porsche

Depois de ter sido apresentado como um conceito, que fazia parte das comemorações dos 70 anos da marca, a Porsche revolveu anunciar a produção do 911 Speedster. O conversível terá uma tiragem limitada em 1.948 unidades. O Volume corresponde ao ano da apresentação do Roadster Nº 1, primeiro automóvel produzido pela Porsche.
O Speedster chega literalmente com um dos últimos suspiros sem auxílio de sobrealimentação. Isso porque o modelo, fabricado sobre a carroceria da geração 991 utiliza o motor boxer 4.0 aspirado do GT3. São nada menos que 510 cv a 9.000 rpm e 48 mkgf de torque despejados apenas nas rodas traseiras. Esse carro é tão purista que a transmissão é manual. Ou seja, um carro sem babá eletrônica capaz de acelerar de 0 a 100 km/h em 4 segundos (se o amigo tiver o timing correto das trocas) e atingir a máxima de 310 km/h.
Trata-se de um bólido da velha-guarda com quadro de instrumentos analógico com seus cinco mostradores circulares. Não existe cluster de LCD ou TFT com boas-vindas, apenas computador de bordo, à direita do conta-giros central. E quando se dá a partida, com a mão esquerda, é preciso pressionar com força a embreagem.

 

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Alcunha

O nome Speedster surgiu como uma versão do 356 conversível para o mercado norte-americano, em 1953. O carro se diferenciava por usar um para-brisas rebaixado e no lugar dos bancos traseiros foi aplicada uma cobertura. Assim, deixava o esportivo com apenas dois assentos e com visual mais agressivo.
Não demorou muito para que o 356 Speedster se tornasse um clássico e a Porsche soube valorizar a versão sem torná-la trivial. O Speedster retornou em 1988 no 911 (964), basicamente mantendo a mesma receita. Ela retirou os banquinhos traseiros e aplicou uma carenagem aerodinâmica sobre eles.
Em 2011 a versão fez sua terceira aparição novamente no 911. Seu projeto seguia elementos nostálgicos como a proteção dos para-lamas com película em preto fosco, rodas Fuchs e carenagem entre os bancos e compartimento do motor, para converter o conversível em roadster. Assim, o novo Speedster segue um conceito bem parecido com a edição de 211, com direito à mesma proteção dos para-lamas traseiros, que remetem à geração 930.
No entanto, dessa vez a capota de lona tem acionamento elétrico. A carenagem se desloca para trás e o teto se desembrulha. Mas, o mais legal é que o visual não é comprometido. Não parece uma gambiarra desajeitada. Para falar a verdade, com o teto fechado, o Speedster ganha um ar de supercarro, com uma janelinha miúda e teto baixinho.
E, para quem se interessar, a produção do Speedster terá início no segundo semestre na planta de Zuffenhausen, em Stuttgart. Então, é melhor andar rápido, pois deverá esgotar… se é que não esgotou.
Definitivamente um dos 911 mais legais já construídos, pois além de ser conversível, ter caixa manual, tração traseira e motor aspirado, tem um visual arrebatador. Mais legal que ele só o 911 RS 2.7, de 1972.

 

Marcelo Jabulas é Jornalista e Designer Gráfico.

Está na área desde 2003, atualmente é o editor do caderno HD Auto, do jornal Hoje em Dia, de Belo Horizonte. Figura presente em todos os lançamentos, salões do automóvel e eventos da indústria automobilística. https://www.youtube.com/garagemdojabulas

 

 

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